terça-feira, 2 de julho de 2013

Rivalidade tem limite?

Acabamos de acompanhar mais um belíssimo espetáculo produzido pelos centenários Bois Caprichoso e Garantido, na realização, pela 48ª vez, do Festival Folclórico de Parintins.

Nos transportamos para nossa realidade e visualizamos como temos que caminhar muito (especialmente no que se refere a planejamento e articulação nos bastidores/parcerias/patrocínios). Ressalva se faz à questão artística, que aqui caminha bem em ambos. É bem verdade que lá ainda há grandes divergências. Por motivos que só os habitantes da ilha Tupinambarana sabem, não houve consenso e a transmissão da festa foi dividida entre duas emissoras, por exemplo. Lá, como cá, também tem suas brigas.

Aliás, é saudável a divergência, o contraditório, especialmente nessa rivalidade entre azul e vermelho que estimula, de uma maneira mágica, o Duelo entre duas Paixões. Aqui não há espaço para ficar em cima do muro. Ou você é Vermelho ou Azul. Em Parintins, aliás, criaram certa vez, uma tal de zona verde para aqueles que não tinham definido seu bumbá de preferência. Naufragou em dois anos. Na ilha, inclusive, é difícil até encontrar uma loja em que se venda uma camiseta "neutra". Tem que garimpar bem. Ou você encontra artigos do Caprichoso ou do Garantido.

Neste momento, estamos presenciando uma rivalidade sendo levada ao extremo em detrimento de nossa principal festa. Cada Associação defende sua posição, irredutíveis. Cada qual com seus argumentos e suas razões. Quem tem razão? Porque tornar mais público uma divergência que poderia ser resolvida, colocando as cartas na mesa, pensando numa idéia maior (o Festival), e acertando as arestas pois cada dia fica mais perto a data oficial para a realização do evento. Notícias dão conta que a moda agora é uma "guerra" de ofícios e documentos (em especial, endereçados à Assembléia) expondo ainda mais a divergência deste ano, e, pior, acirrando as paixões e provocações que perdem o tom, nas redes sociais.

A Prefeitura, acertadamente, se coloca na posição de mediador do conflito para que tudo se restabeleça e, finalmente, todos entrem em comum acordo a respeito da realização do Duelo na Fronteira.


Afinal, o que todos querem ver logo é o batuque da toada!

Um comentário:

  1. Complicado entender os motivos que levaram os organizadores e responsáveis pelos dois bois a travarem uma briga onde todos perdem, principalmente a cidade, que tem o festival como único produto turístico. Uma pena que uma expressão linda da cultura local tenha cedido espaço para brigas e desavenças, esperemos que a razão prevaleça.

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